Raquel tem 44 anos e há quatro anos chegou à Associação Betel. Trazia consigo o peso de 18 anos de consumo de drogas e uma vida completamente destruída. Antes de ali chegar, dormia na rua, por vezes debaixo das escadas, sem qualquer contacto com a família ou com os filhos — tinha perdido tudo.

Chegou ao ponto mais baixo do fundo, onde percebeu que só havia dois caminhos: ficar e morrer, ou mudar e recomeçar. Escolheu viver — e essa decisão mudou tudo.

Hoje, quatro anos depois, Raquel é um exemplo vivo de transformação e esperança. Realizou sonhos que julgava perdidos. É responsável pela casa de acolhimento das raparigas e pelo ateliê de manualidades, duas áreas que refletem o seu coração e o que sempre amou fazer.

Mais do que funções, essas responsabilidades representam a recuperação da sua dignidade, do propósito e dos laços familiares. Raquel voltou a ter relação com os filhos e com a família, e tornou-se para outros aquilo que um dia foram para ela — um testemunho de que é possível mudar.

Com determinação, apoio técnico e social, e rodeada de pessoas que acreditaram nela, Raquel descobriu algo ainda mais profundo: o amor de Deus, que cura, transforma e restaura. Hoje, vive com fé e gratidão, acreditando que muito mais está por vir — não apenas na sua vida, mas também na vida de muitos outros que, como ela, escolherem recomeçar.